Em 2001, escrevi um livro sobre gêmeos (Gêmeos: "onde está a semelhança?") e nele falei sobre a importância na escolha do nome para seus filhos gêmeos univitelinos. É muito comum e tentador para os pais dar nomes semelhantes aos seus filhos, já que, para muitos, os mesmos compartilham uma mesma identidade, então, por que não compartilharem o nome também?
A importância do nome sempre foi muito estudada e, a despeito de sua universalidade, existe uma grande diferença entre as culturas de como e do porquê os nomes são colocados em alguém. Em algumas culturas os nomes são dados de acordo com os eventos que ocorreram durante a gestação; em outras, a criança recebe o nome dos totens e da árvore genealógica de seus familiares. E, em alguns casos, o nome recebido ao nascer é somente o primeiro de tantos outros que a pessoa vai receber pela vida a fora.
Quando um nome é dado a uma pessoa, você está concedendo a ela uma identidade e um meio de simbolizar um "contrato" entre a sociedade e o indivíduo. É o nome que diferenciará uma criança da outra, uma pessoa da outra.
O nome que os pais escolhem para seus filhos reflete a relação futura entre seu nome e sua identidade. É ele que nos dará o sentimento de sermos únicos e de que temos uma identidade própria.
Então, qual é a importância psicológica do nome para dois irmãos ou irmãs que são parecidos?
Quantas vezes já perguntamos a gêmeos que conhecemos, quando não sabemos quem é quem,: "você é fulano ou beltrano?" Agora, coloquem-se no lugar deles e imaginem ouvir essa pergunta desde os momentos iniciais de suas vidas?
Quando damos nomes bem diferentes aos gêmeos, uma clara distinção fica marcada e deixamos de cair na armadilha de chamá-los ao mesmo tempo (criando um som e nome únicos), como sempre ocorreu comigo e minha irmã, Michelle e Charbelle (pessoas achavam que era um único nome), ou de fazer com que o gêmeo pense que estamos falando com ele e não com seu irmão ao pronunciar, por exemplo, os nomes: Adriana e/ou Adriane, Daniela e/ou Daniele, Maria Clara e/ou Clara Maria......
Se um gêmeo é sempre chamado pelo nome de seu irmão, e isso acontecerá milhares de vezes durante a sua vida, imagine se seus nomes forem muito semelhantes? Eles podem começar a desenvolver o sentimento de que são uma só pessoa e de que compartilham uma mesma identidade. Não é à toa que muitos gêmeos se fazem passar um pelo outro com muita facilidade e diversão (eu sou ele ou ele sou eu, ou será o contrário?)
Para que seus filhos tenham a chance de se tornarem indivíduos únicos e com identidades próprias, vocês papais podem facilitar esse processo dando nomes bem distintos a eles.