quinta-feira, 21 de abril de 2011

Entendendo a mensagem da semana: a função especular da mãe


O que o bebê vê ao olhar para o rosto da mãe? Ele vê a si próprio, já que, no início, o que existe é uma pessoa só, uma unidade dual. Sabemos que a primeira relação de um bebê com o mundo é com sua mãe e é através dela e por ela que ele será capaz de enxergar o mundo criativamente ou não. Daí a importância, mesmo antes de ele nascer, da mãe estar num estado calmo, pois tudo aquilo que ela sentir será sentido pelo bebê. 

Quando a mãe olha para seu bebê, aquilo com que ela se parece relaciona-se com o que ela vê, segundo Winnicott. Então, se uma mãe, no momento em que o está alimentando, por exemplo, sente-se ansiosa, preocupada, triste etc.... é isso que seu bebê enxergará e internalizará. Ele depende das respostas faciais da mãe quando olha para o seu rosto e aquilo que ele vê fará parte de seu self em desenvolvimento. 
É lógico que temos que pensar nisso em termos de duração na linha do tempo. Se uma mãe sente-se frustrada, preocupada etc.... e esses sentimentos não cessam e continuam atravessando a relação com seu bebê, é isso que ele sentirá a respeito de si próprio ao longo do tempo. 
Por essa razão, uma mãe que, já no início da gravidez, sente-se desanimada, sem vontade de cuidar do enxoval do bebê, de si própria e das coisas que naturalmente fazia, precisa informar ao seu médico para que possa investigar a natureza desses sintomas e tratá-los o quanto antes.
Winnicott escreveu:
"Ao olhar sou visto, então existo.
 Agora tenho como olhar e ver.
 Agora olho com criatividade, e o que apercebo também percebo.
Mas é bem verdade que procuro não ver aquilo que não está lá para ser visto".
(Mirror-role of Mother, p.114)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Resultado da enquete: por que muitos filhos, apesar da idade avançada, continuam dormindo com os pais?


Muitas questões conscientes e inconscientes estão envolvidas quando o assunto é esse, e devem ser levadas em conta se quisermos ajudar uma família ou criança que estejam passando por isso. Quanto ao resultado da enquete, duas pessoas responderam que é ansiedade da criança; três que é ansiedade dos pais; uma que é por conflitos conjugais; uma que é por medo da criança; uma por nenhuma das respostas acima.
Podemos chegar a uma conclusão de que a ansiedade, seja dos pais ou das crianças, é o pano de fundo para que uma situação dessas ocorra ou se prorrogue e, no caso de crianças, o fato de dormirem com os pais pode deflagrar uma ansiedade ou piorar a que já existe.
Se pensarmos num casal que esteja passando por conflitos conjugais, não é difícil imaginar que uma criança entre eles é uma boa "barreira" para a intimidade, para uma discussão sobre o que está acontecendo, para o reconhecimento de que algo não vai bem ou de que já não existe mais nada a se fazer etc.... Questões transgeracionais também podem estar interferindo quando o assunto é se separar fisicamente do seu filho: "meu pai não foi muito presente em minha vida e eu sempre dormi com mamãe". Ansiedade relacionada ao medo da morte, quando o bebê nasce com problemas ou quando se torna uma criança com uma saúde precária; interesse inconsciente de manter o filho como "o meu eterno bebê" para não ter que encarar o envelhecimento, a falta de objetivo ou ideal na vida etc...
Fiz referência, em primeiro lugar, à ansiedade e ao medo que povoam o universo dos pais, uma vez que não podemos falar de uma criança sem inclui-los.
Olhando para a criança e tentando entender o que se passa, podemos pensar em algumas questões: desejo inconsciente de atender as solicitações paternas; necessidade de cuidar do pai ou da mãe, principalmente quando estes são separados, ou rivalidade (inconsciente) em relação a um dos genitores.

Não podemos deixar de mencionar os medos que levam muitas crianças a pedirem, eventualmente, para dormirem com os pais. Se essa é uma situação ocasional, não é preciso investigar mais detidamente, porém é necessário tirar um tempo para conversar com seu filho e saber como vão as coisas na escola, no bairro ou em qualquer lugar que ele frequente, pois o mesmo pode estar sendo vítima de alguma coisa e não está sabendo como lidar com isso. Se a situação persistir, procure um profissional para ajudá-los.
As informações aqui não podem ser generalizadas, pois cada família é uma família, com suas peculiaridades, histórias e passado.
Aqueles que quiserem saber mais especificamente sobre isso, envie-me um email ou deixe um comentário.
Abraços.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Quer sair com seu filho e não ter que se deparar com pirraça ou birra fora de hora?

Eu imagino o quanto deve ser difícil para as mães que não têm com quem deixar seu filho na hora de ir às compras. O que fazer se o pequeno começar a fazer pirraça no supermercado, porque quer alguma coisa ou porque sai correndo na sua frente sumindo do seu campo de vista?
Tudo pode começar em casa, momentos antes de sair. Tire alguns minutos e sente com seu filho explicando o que espera dele. As crianças, muitas vezes, ficam confusas, sem saber o que fazer, pois não é dito a elas como devem se comportar.  Você pode começar dizendo: "nós vamos ao mercado e você precisa ficar perto da mamãe e me obedecer; você vai ajudar a mamãe a comprar tudo, então só pegue alguma coisa quando eu pedir ou me pergunte antes se pode fazer tal coisa.
Então, se você, mamãe, tem uma lista de compras para fazer e vai passar muito tempo no mercado, tente envolvê-lo, dê-lhe pequenas responsabilidades, como por exemplo, pedindo que pegue alguma coisa na prateleira, ou que escolha algumas frutas etc.... Use a criatividade nessa hora. O mais importante é se organizar antes de sair e explicar o que não pode ser feito e incentivá-lo quando estiver se comportando.
E, se, por um acaso, não se comportar, abaixe-se, fique na mesma altura que ele e lhe dê uma advertência, dizendo que se continuar a se comportar mal, ficará de castigo quando chegar em casa ( e aí mamãe você vai ter que cumprir o que falou, mesmo que, ao chegar em casa, ele já tenha se esquecido ou esteja se comportando bem).
Agora, você pode estar se perguntando: "e se o mau comportamento continuar?" Aí, infelizmente, todos irão chegar mais tarde em casa, porque você vai ter que colocá-lo em pé ou sentando em algum canto e pedir que fique ali por alguns minutos (o equivalente à idade dele), já que se comportou mau, e terá que pegá-lo a cada vez que tentar sair. Nesse momento, use um tom de voz firme para que ele saiba que não está brincando.
Nunca se esqueçam de que, ao sair do castigo, seu filho deve lhe pedir desculpas pelo que fez e você deve dizer que o desculpa.
Boas compras!!!! Se tiver alguma dúvida, deixe-a aqui para que eu possa respondê-la.

Gravidez com saúde para você, mamãe e seu bebê.

Como lidar com a notícia de uma gravidez? Para aqueles que já a esperavam e para os que não a esperavam, estar grávida é um momento singular e traz muitas dúvidas, preocupações e inquietações. Após o nascimento, acompanhar o desenvolvimento de seu bebê, se adaptando a ele, não é tarefa fácil. É uma fase cheia de perguntas, necessidade de respostas e esclarecimentos. As avós, tias, outras mães e profissionais de saúde podem ser de estimável ajuda.
Há quem pense que esta fase fica para trás depois que o bebê cresce. Não. Há sempre recaídas e retrocessos, pois a vida de um Ser Humano que está crescendo é assim. Está sempre rumo à independência, segundo Donald Winnicott.
Aqui será um lugar onde você poderá tirar suas dúvidas. A cada semana postarei dicas, conselhos, depoimentos e espero que me ajudem postando dúvidas e perguntas.