O que o bebê vê ao olhar para o rosto da mãe? Ele vê a si próprio, já que, no início, o que existe é uma pessoa só, uma unidade dual. Sabemos que a primeira relação de um bebê com o mundo é com sua mãe e é através dela e por ela que ele será capaz de enxergar o mundo criativamente ou não. Daí a importância, mesmo antes de ele nascer, da mãe estar num estado calmo, pois tudo aquilo que ela sentir será sentido pelo bebê.
Quando a mãe olha para seu bebê, aquilo com que ela se parece relaciona-se com o que ela vê, segundo Winnicott. Então, se uma mãe, no momento em que o está alimentando, por exemplo, sente-se ansiosa, preocupada, triste etc.... é isso que seu bebê enxergará e internalizará. Ele depende das respostas faciais da mãe quando olha para o seu rosto e aquilo que ele vê fará parte de seu self em desenvolvimento.
É lógico que temos que pensar nisso em termos de duração na linha do tempo. Se uma mãe sente-se frustrada, preocupada etc.... e esses sentimentos não cessam e continuam atravessando a relação com seu bebê, é isso que ele sentirá a respeito de si próprio ao longo do tempo.
Por essa razão, uma mãe que, já no início da gravidez, sente-se desanimada, sem vontade de cuidar do enxoval do bebê, de si própria e das coisas que naturalmente fazia, precisa informar ao seu médico para que possa investigar a natureza desses sintomas e tratá-los o quanto antes.
Winnicott escreveu:
"Ao olhar sou visto, então existo.
Agora tenho como olhar e ver.
"Ao olhar sou visto, então existo.
Agora tenho como olhar e ver.
Agora olho com criatividade, e o que apercebo também percebo.
Mas é bem verdade que procuro não ver aquilo que não está lá para ser visto".
(Mirror-role of Mother, p.114)
Mas é bem verdade que procuro não ver aquilo que não está lá para ser visto".
(Mirror-role of Mother, p.114)